Emidio: As bravatas de Bolsonaro e os crimes que ele comete tentando esconder outros crimes
28 de agosto de 2020 - Fonte: Revista Fórum
Quem ainda se choca com a falta de sensibilidade e de humanidade com que Bolsonaro trata a pandemia? A máscara de "bom moço" ruiu faz tempo e a face da insensatez hoje coloca o país na beira de um abismo.
Eleito sob a retórica do combate a corrupção, Bolsonaro viu sua fachada cair no escândalo das "rachadinhas". O esquema de corrupção mostrou que a ficha criminal da família, infelizmente, só é menor que o número de mortes de Covid-19 no país.
Conhecido pelo jeito agressivo, o atual presidente acha que dar bravatas em jornalistas são compatíveis com a postura de presidente. Sempre que questionado pelos escândalos que envolvem sua família, ele incita o ódio e a violência contra profissionais que estão apenas trabalhando para informar a população.
Ao invés de atacar, Bolsonaro deveria fornecer as respostas que o povo exige. Em novembro passado, quando uma reportagem da TV Globo mostrou que o nome do presidente era mencionado na investigação do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, Bolsonaro chegou a ameaçar cortar a concessão da emissora. Ou seja, quando ele tem a oportunidade de se explicar, ele prefere a agressão.
No caso mais recente, deste último domingo, Bolsonaro ameaçou encher a boca de um jornalista de “porrada”, após ser questionado sobre os valores recebidos por sua esposa de Fabrício Queiroz. Essa postura é incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo, o que configura crime.
Responsável direto por mais de 100 mil mortes de brasileiros durante a crise da Covid-19, Bolsonaro repetiu a postura vergonhosa do dia anterior e chamou as vítimas da pandemia de "bundões". É surreal!
Essa situação só reforça um tempo em que o Brasil tinha um presidente que dignificava o cargo, sendo respeitado mundo afora e ainda defendia os valores democráticos.
Mesmo perseguido pela grande imprensa, Lula jamais faltou com respeito a jornalistas. Pelo contrário, além de democratizar o acesso à informação, fomentou o surgimento de novos veículos, abrindo espaço para a pluralidade de ideias e ainda realizou a primeira Conferência Nacional de Comunicação, em 2009, para debater políticas públicas voltadas ao setor.
É estarrecedor. O quê Lula aguentou em pé na plenitude dos justos, Bolsonaro não aguenta sentado. Essa "fraquejada" tem nome: corrupção.
A liberdade de imprensa e o livre exercício do jornalismo são pilares da democracia e devem ser fortalecidos. O presidente que não respeita isso, não merece estar no cargo.
O autoritarismo e as bravatas de Bolsonaro contra a imprensa e os ataques às instituições visam abafar os escândalos que envolvem sua família e suas milícias. É absurdo e ele precisa ser parado. Bolsonaro comete crime escondendo outros!
*Emidio de Souza é deputado estadual e foi prefeito de Osasco por dois mandatos