Emidio: Pandemia e Bolsonaro ampliam a desigualdade e empurram os pobres para a miséria

12 de agosto de 2020 - Fonte: Revista Fórum


Os impactos sociais e econômicos da pandemia e o desgoverno de Bolsonaro só ampliaram a desigualdade do país. Dados revelados na última semana mostraram que o desemprego chegou a 13,3%, atingindo 12,8 milhões de brasileiros. 

Para além de nos informar sobre os desastrosos impactos da pandemia e do desmonte liderado por Bolsonaro, esses dados contribuem para expor, ainda que de forma indireta, as dimensões da pobreza e das desigualdades no Brasil.

Estimativa da consultoria IDados, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), mostra que o desemprego ainda não atingiu o pico e em setembro deve chegar a 14,5%, alcançando 15 milhões de trabalhadores.

É uma catástrofe e os governantes não estão tomando as medidas necessárias para mudar esse cenário. Em Osasco, por exemplo, vejo um cenário desolador. Na minha cidade, mais de 31 mil trabalhadores perderam emprego no primeiro semestre, segundo números do Caged. O saldo é bem negativo, pois o município só recuperou 25 mil desses postos de trabalho. É muito triste ver que tem mais moradores em situação de rua, que mais pessoas estão pedindo comida e alguns ainda se aglomeram em agências da Caixa para tentar sacar auxílio emergencial. E o que prefeito faz para mudar isso, gerar emprego e atrair investimentos? Nada.

Diante desse cenário, o governo Bolsonaro foi além e apresentou medidas que ampliam as disparidades econômicas. Guedes propôs ao Congresso uma reforma tributária que penaliza os mais pobres e privilegia os mais ricos. Seria cômico se não fosse trágico. Vivemos um momento que mostra a necessidade de inverter a lógica ultraliberal e passar a atender, de fato, a população como um todo. Precisamos superar a máxima de que o Estado deve ser fraco para os fracos e forte para os fortes. Quem depende de serviço público é o mais pobre.

Constatando que dificilmente Bolsonaro e Guedes irão manter o auxílio emergencial por mais tempo e considerando as estimativas de queda do PIB, a situação das famílias mais pobres tende a piorar muito. 

Mais de 65 milhões de brasileiros receberam o auxílio emergencial e em breve não terão mais nada. Como esse povo vai sobreviver sem emprego e sem dinheiro?

Não é só o vírus que mata. A fome também. 

O PT já apresentou no Congresso uma saída para essa crise. O Brasil não pode perder a oportunidade de tratar dignamente seus cidadãos. Precisamos transformar o auxílio emergencial em renda básica universal permanente.

O povo quer desenvolvimento econômico e social. O mundo percebeu que o pós-pandemia vai exigir uma máquina pública forte e com capacidade de construir uma série de políticas de proteção social para combater a desigualdade e ampliar a distribuição de renda. Só assim vamos recuperar a capacidade de investimentos e, consequentemente, retomar o crescimento com justiça social.